Marretas Procuram-se

Ressuscitados com sucesso no grande écrã em 2011, depois de algumas deliciosas curtas virais que conquistaram a internet, os Marretas de Jim Henson, agora controlados pela Disney, confirmam que o cinema pode não ser exactamente o seu lugar de eleição. Os vários filmes da “primeira encarnação” das personagens eram relativamente irregulares, e esta segunda entrada na nova série volta a confirmar que a origem dos bonecos no sketch televisivo não é garante de uma fita consistente ao longo de duas horas; a própria natureza teimosamente “analógica” destas marionetas limita o que se pode fazer com elas em termos visuais sem recorrer em excesso aos efeitos especiais. Ainda assim, e salvaguardadas essas reservas, Marretas Procuram-se, onde uma digressão mundial da troupe é subvertida pela presença de um vilão anfíbio de primeira categoria que calha ser sósia quase idêntico do sapo Cocas, não desmerece dos velhos pergaminhos da série. Entregue à mesma equipa criativa do filme de 2011, aqui reforçada com a presença dos fãs assumidos Ricky Gervais e Tina Fey (mesmo que um tudo nada “contidos” face à natureza familiar do ambiente), Marretas Procuram-se tem momentos de eleição que respiram o mesmo perfume de suave anarquia nostálgica e humor meta-ficcional levemente absurdista dos melhores momentos da série. É fita que ressoará provavelmente melhor com os fãs de longa data (entre os quais nos incluimos) do que com os recém-chegados.

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