Predadores

É uma digna sequela do original com Arnold Schwarzenegger.

Para quem recear de "Predadores" o mais recente exemplo de como Hollywood pode destruir de vez um "franchise", bastarão duas palavras para os reconfortar: Robert Rodriguez. O amigo de Tarantino e aficionado das emoções baratas do cinema xunga de salas de bairro e "drive-ins" tomou as rédeas da saga do caçador extra-terrestre e entrega com "Predadores" a digna e verdadeira sequela do original de 1986 com Arnold Schwarzenegger dirigido por mestre John McTiernan. Verdade seja dita, nem Rodriguez (que apenas produziu, mas cujas mãozinhas se notam à distância) nem o húngaro Nimrod Antal ("O Motel", 2007) são McTiernan.


E, para quem tem memória cinéfila, o guião de Alex Litvak e Michael Finch é demasiado derivativo de coisas como "O Malvado Zaroff" (Irving Pichel & Ernest Schoedsack, 1932) ou "A Presa Humana" (Cornel Wilde, 1966): um grupo de soldados e assassinos de elite acorda num planeta distante e compreendem rapidamente estarem ali como caça para os alienígenas. Mas se Antal (que está a provar ser um digno herdeiro dos funcionários clássicos especializados em séries B) não consegue nunca tornar "Predadores" no angustiante exercício de estranheza que algumas cenas (e, sobretudo, a partitura muito Jerry-Goldsmithiana) sugerem, isso é muito mais do que compensado pela eficácia despachada, económica, dir-se-ia mesmo clássica, da sua encenação. "Predadores" não é o prego no caixão do "franchise", antes a sua ressurreição - discreta, mas indesmentível.

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