Toy Story 3

A Pixar não perdeu o toque, e "Toy Story 3" dá aquilo que promete - espectáculo e divertimento, com inteligência (absoluta) e imaginação (alguma). Mas a fórmula denota alguns sinais de cansaço, que o 3D, na melhor das hipóteses, apenas disfarça (é para isso que as 3D existem: demasiada dimensão distrai o espectador, como diria o outro). "Toy Story 3" tem a dramaturgia menos interessante da série, e as personagens estão um bocado esgotadas (mesmo que Buzz Lightyear se "reinvente" em versão castelhana). Das novas personagens, lamenta-se o subaproveitamento da Barbie e do Ken (apesar dos apontamentos um bocado "queer", bem controlados porque a Pixar não está aqui para assustar as famílias) e impõe-se o urso coxo com cheiro a morangos a que Ned Beatty dá sotaque sulista (sem que o filme chegue a ser o "Fim de Semana Alucinante" da Pixar). Há uma cena excelente, só uma: os bonecos a darem as mãos, sem palavras, perante a fornalha. "Toy Story 3" é bom, mas não é o melhor Pixar, não é o melhor "Toy Story", não é sequer o melhor filme de animação visto este ano. Esse saiu directamente em DVD e chama-se "Fantastic Mr Fox".

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