Precious

Faz sentido o nome de Oprah Winfrey neste projecto: há aqui vontade de transformar a catarse privada em espectáculo público, mesmo com o alibi terapêutico, que é mesmo coisa do coração do "show" de "Oprah".

Mas nem é issoque incomoda, até porque é precisoadmitir que Lee Daniels tenta efeitosde distanciamento para deitar águana fervura do exibicionismo. Masmete-se em dificuldades, não temasas para o voo: o onirismo de"Precious" cheira a plástico, tem as"cores" de "Delicatessen" (ou seja,coisa maquinal e de figuração BD -tudo o que se passa na casa da mãe eda filha, por exemplo). A formacomo Mo''nique (a mãe) introduzuma lentidão, coisa dormente, nofilme, poderia dar outras hipóteses.Mas não chega. "Precious" só cria"quadros" que se contradizempermanentemente. Falta-lhe umaidentidade e visão de cineasta -mesmo que lhe sobre coração para acatarse.

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