O faraó sopinha-de-massa

Uma daquelas sequelas que é melhor do que o original - o que não faz dela mais do que um divertimento descartável de fim-de-semana.

Já não é a primeira vez que acontece recentemente, mas "À Noite no Museu 2" é um daqueles casos em que a sequela ultrapassa o original - o que é tanto mais surpreendente quanto o primeiro filme não era nada do outro mundo e esta segunda parte é obra da mesma equipa criativa (o realizador Shawn Levy e os argumentistas Robert Ben Garant e Thomas Lennon).


O que mudou, então, de um para outro? O tom, que abandonou a fantasia inofensiva para toda a família (na origem do projecto estava um livro para miúdos de Milan Trenc) para se tornar numa comédia mais assumida que segue pela anarquia Looney Tunes que o primeiro filme nunca cumpriu. Ben Stiller, o guarda nocturno que descobria incrédulo que o Museu de História Natural de Nova Iorque ganhava vida à noite, é agora um pequeno empresário "reconvocado para o serviço" quando o recheio do museu é transferido para os Arquivos Federais do Smithsonian, em Washington, e a tábua egípcia responsável pelo acordar das estátuas faz o mesmo a um faraó sopinha-de-massa convencido que é mau como as cobras.

É o pretexto para uma série de sequências visualmente inspiradíssimas e para alguns momentos de comédia surreal paredes-meias com o "stand-up" ou com a recente comédia do desconforto de Judd Apatow (dos quais, aliás, se reconhecem algumas caras). Mas a coisa continua a ser demasiado "certinha" (ai o que Joe Dante não faria com isto...) e a desaproveitar os talentos reunidos, apesar da "performance" fabulosa de Hank Azaria no faraó sopinha-de-massa literalmente "roubar" o filme à concorrência (Steve Coogan, Christopher Guest e Alain Chabat não têm quase nada para fazer). Um bom entretenimento de fim-de-semana.

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