Super-heróis

Alan Moore, o autor da BD em que se baseia o filme de Zack Snyder, terá dito "que nunca na vida iria ver esta porcaria" (ele não disse "porcaria"). Se por acaso mudar de ideias talvez encontre o suficiente para lhe massajar o ego: os "Watchmen" de Snyder são o trabalho de um ilustrador aplicado (até usou, parece, os "comics" originais como "storyboard") incapaz de ter ideias em número suficiente para pôr em causa o peculiar espírito (especialmente a melancolia de fim de festa, género "bas les masques") subjacente à história de Moore. Claro que há imensas coisas a mais (a tentação do "efeito" e do "enfeite", a que Snyder não resiste), e uma total ausência de sentido de economia narrativa (que empastela e rodopia sobre si própria, a testar a paciência do mais santo crítico de cinema), mas nesta nova vaga de olhares "adultos" (à força?) sobre o universo dos superheróis (mas bolas, a "ontologia" dos super-heróis sempre foi, até no "Superman", o principal tema destas histórias, não?) já se viu bem pior. Os exemplos ficam por dar, para não chatear ninguém.

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