Milk

A primeira coisa que se deve dizersobre "Milk", à superfície "biopic"clássico do vereador de SãoFrancisco assassinado em 1978, éque está aqui uma interpretaçãopara os livros de história - a de umSean Penn irreconhecível,transcendente, solto como há muitonão (talvez nunca) o vimos. É sua aprimeira vitória de "Milk"; asegunda pertence a Gus van Sant, orealizador de "Elephant" e"Paranoid Park", cujo cinema fluidoe impressionista atinge aqui umaextraordinária maestria formal enarrativa, integrando todas as suasexperiências dos últimos dez anosnum dos géneros mais armadilhadosdo cinema "mainstream"americano.

Penn e van Sant nãosantificam Milk (e a tentação está lá)nem fazem dele um mártir;desenham um percurso pessoalonde o pessoal é político e o políticoé pessoal, pintam um retratohumanista de alguém que acreditana América como(apropriadamente) "land of the free,home of the brave" - tema queparece à medida da "nova América"que Obama parece querer trazer,mas que não se resume apenas aisso. Foi para fitas assim,resolutamente clássicas masindesmentivelmente modernas, quese inventou a designação "obra-prima".

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