Indiana Jones

Muito boa introdução à matéria - de Elvis a Marlon Brando, passando pelos comunistas e pela ameaça nuclear, a primeira meia-hora opera a passagem de Indiana Jones dos anos 40 para os anos 50, com Spielberg cheio de verve e evidente prazer a inventar planos e a construir raccords. Chegamos a entusiasmar-nos, e aquele plano com o cogumelo nuclear é muito bom. Depois a coisa banaliza-se um pouco.

Os vilões soviéticos são demasiado apalhaçados para que funcionem como funcionavam os nazis dos "Salteadores da Arca Perdida", e a história de reconciliação familiar, que faz espelho com "A Grande Crusada" (era Indiana e o pai, agora é Indiana e o filho) precipita o filme numa paródia não especialmente interessante.

Mas Spielberg, mesmo a brincar, e desde que não esteja num dos maus dias em que já esteve (demasiadas vezes, diríamos), tem talento mais do que suficiente para gerir a acção num ritmo inteligente. "O Reino da Caveira..." acaba antes que comecemos a bocejar, e bem gostávamos de dizer isso a propósito de tudo o que promete que nos vai "entreter".

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