Vitus

Esta história das atribulações de uma criança-prodígio que aos seis anos já explica o aquecimento global aos colegas de infantário e aos doze é um pianista fulgurante que domina a Bolsa mas sonha em ser um miúdo normal podia ser um óptimo filme para toda a família. Podia, mas não é: porque Fredi M. Murer evita inteligentemente as lamechices subjacentes, mas acumula tramas laterais que sobrecarregam desnecessariamente o filme (até em termos de duração).

"Vitus" nunca decide exactamente o que quer ser: comédia benfazeja sobre as dificuldades docrescimento, libelo contra os pais demasiado ambiciosos, melodrama sobre a maldição dos miúdossobredotados? Murer filma tudo com o anonimato funcional de um telefilme de produção corrente emcuja economia de meios as pontuais tentativas de maravilhoso se espalham ao comprido.

É um objecto simpático - e a entrega dos actores ajuda imenso - mas dramaticamente frágil.

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