Soderbergh deve ser o realizador mais inconstante do mundo, e um dos mais camaleónicos. "O Bom Alemão" revisita algum cinema da II guerra e das ruinas da II Guerra, assumindo o "pastiche" e conseguindo, nalguns momentos, uma integração impressionante de imagens documentais de época na sua ficção própria (e todo o trabalho de décor é também muito bom).
A aposta não sai falhada - até porque mais do que uma história, Soderbergh parece ter procurado um ambiente. Responde é, claro, melhor a "Casablanca" e a outras imagens de "glamour" do que à secura do cinema que esteve de facto na Berlimdo imediato pósguerra. "O Bom Alemão" não é "Berlin Express", nem seria mesmo que Soderbergh fosse tão talentoso como Jacques Tourneur.
