O Livro Negro

Uma muito "wilderiana" - do Billy Wilder de "A Foreign Affair", por exemplo, ou do de "Stalag 17" - incursão pelas derrapagens da moral humana.

II Guerra Mundial em fundo. Paul Verhoeven regressou à Holanda natal, mas continua com o cinema americano no bolso - a sua experiência de trabalho em Hollywood, durante 20 anos, e, evidentemente, o cineasta clássico que descobriu na adolescência no pós-guerra. É dessa mistura entre a indústria e as marcas autoriais de um europeu que se faz também o "Verhoeven's touch". Com inescapável energia, com furor de tablóide. Mas não será, afinal, uma forma de pudor? Só assim o homem que um dia apontou a câmara ao que está entre as pernas de Sharon Stone ("Instinto Fatal") se atreve a filmar a Condição Humana (tudo isto sem sacralização alguma, portanto nem devia estar em maiúsculas, estamos no mundo bestial e profano de Verhoeven).

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