Hannibal - A Origem do Mal

Só depois do enorme sucesso de "O Silêncio dos Inocentes" (1991) de Jonathan Demme (já antes, mais ou menos despercebido, existia "Manhunter", de 1986, realizado por Michael Mann), a personagem de Hannibal Lecter e as suas aventuras canibalísticas passaram a constituir filão para sequelas e prequelas.

Agora, "Hannibal Rising" vem vasculhar nas origens do "mito", procurando, de forma simplista, justificar a antropofagia da personagem no facto de airmã ter sido devorada, à sua frente, por um bando decolaboracionistas com o regime nazi, na frente leste, no final da Guerra. O resto é um básico"thriller" de vingança, cruzado demagogicamente com uma tia japonesa, por afinidade, que traz à liça as espadas dos samurais, os códigos orientais e os fantasmas de Hiroshima. Não somos poupados a nenhumefeito, a nenhuma facilidade narrativa, a nenhuma escusada sangueira. Longe estão as implicaçõesfilosóficas do filme de Demme; aqui só conta oespectáculo exposto (e profundamente chato) de umaviolência gratuita e o "voyeurismo" mais primário,de falsos contornos científicos.

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