A personagem de Natalie Portman, dirigindo-se a quem na altura lhe serve de par na dança de casais que é "Perto Demais", às tantas diz: "isso são só palavras", não há nada para dizer.
É esse o problema do filme de Mike Nichols (suspeita-se: é o problema da peça de Patrick Marber), ser um exercício grandiloquente que rouba o imaginário das personagens - veja-se, por exemplo, como quatro figuras socialmente distintas utilizam da mesma forma a palavra, como se ela fosse adereço, assim neutralizando o seu poder (e por mais "palavrões" que se grite...). Não se está a sobrevalorizar "Perto Demais" pela nostalgia de "filme adulto" que ele convoca, muito anos 70 (a época de notoriedade de Nichols) nesta era, como se diz, de "blockbusters" infantilizados?