A fixação hitchcockiana de Brian de Palma no seu melhor: menos uma variação narrativa ou formal sobre temas caros ao cineasta inglês do que, precisamente, um trabalho em mergulho, em vertigem, numa fronteira entre o ensaio, a divagação onírica e a simples entrega a uma obsessão. Provavelmente, é o filme americano mais abstracto do ano, tal é a forma como se aproxima de uma série de figuras e de imagens reconhecíveis sem pretender preenchê-las com qualquer matéria concreta, e deixando, no espaço normalmente habitado pelas lógicas de causalidade narrativa, apenas buracos e enigmas. O gosto de de Palma pelos malabarismos formais, ou, por outras palavras, o seu "exibicionismo" nem sempre conjuga esta energia com esta pertinência. Quando isso acontece, o resultado é fascinante, como fascinante é este "Mulher Fatal".
Gerir notificações
Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações.
Gerir notificações
Receba notificações quando publicamos um texto deste autor ou sobre os temas deste artigo.
Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações.
Notificações bloqueadas
Para permitir notificações, siga as instruções: