Filme em Estado de Graça

É a obra maior de Fernando Lopes e um dos monumentos do Cinema Novo, já fora de tempo, mas com uma noção rigorosíssima do plano, do "timing" cinematográfico, do uso dramático do som (ou da sua ausência). A intrusão da abertura de "A Força do Destino" de Verdi dá à adaptação quase espartana do romance de Carlos de Oliveira inesperados excessos melodramáticos, que se desdobram pela representação de "O Amor de Perdição". É um daqueles filmes em estado de graça em que tudo resultou: os actores são insuperáveis (inesquecível criação de Laura Soveral), o trabalho fotográfico é brilhante. A não perder.

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