Enquanto adaptação do romance de Cardoso Pires, é notável, e Fernando Lopes demonstra ter "inventado o seu território", tal como o escritor o desafiara em tempos. A luz coada da fotografia de Eduardo Serra é belíssima, o filme é depurado e Lopes teve o cuidado de não o "fechar" num tempo. Rogério Samora é magnífico no papel do arrogante Tomás Palma Bravo, dono da lagoa. "Positivamente". O que é que falha, então? A personagem do narrador/escritor (Rui Morrison), que surge como um rasto literário por vezes dispensável (sobretudo, nos momentos em que debita a voz "off"), apesar da sua centralidade na obra de Cardoso Pires, onde é uma espécie de "alter-ego"; e um certo desconcerto entre uma pulsão (ou suspensão) "operática" (chamemos-lhe assim porque é sublinhado pela banda sonora) e um registo mais documental; ainda, a incredulidade da personagem de Alexandra Lencastre, que parece evidenciar o tempo todo a sua interpretação.
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