Jorge Silva Melo a filmar uma geração que não é a sua e que chega já fora de tempo. "António, Um Rapaz de Lisboa" é isso mesmo, um filme fora do seu tempo, cuja melancolia trabalha de forma quase imperceptível, silenciosa. É - também por isso, mas não só - um filme em perda, sobre a perda (mas como perder o que nunca se encontrou? quando não se sabe o que procurar?), com um fôlego quase operático: está tão habitado de personagens, de corpos a correr de um lado para o outro, sem objectivo aparente a não ser esse mesmo - não parar (por vezes, quase embatem na câmara, como no "travelling" inicial). Mas há ganhos, também: sobretudo, um excelente trabalho de actores (e de direcção), e um olhar inescapável sobre a paisagem urbana de Lisboa que nos é devolvida (e reequacionada) quando deixamos a sala de cinema.
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