A encomenda para descontrair

Tim Burton não virou do avesso o mundo do "Planeta dos Macacos", tal como foi definido nos filmes e na série. Há maior personalização nas "máscaras" simiescas, alguma selvajaria (excelente Tim Roth); mas em tudo o resto - mesmo na paisagem -, "Planeta dos Macacos", de Burton, é bastante obediente e não é a "reinterpretação" de que o cineasta falava. Dois ou três momentos de iconoclastia ou invenção (Charlton Heston, como macaco, a "inverter" o que fazia no filme original - onde era o astronauta; o plano de abertura, em que Mark Wahlberg surge como projecção do chimpanzé) não bastam. O final é forçado, parece apenas querer competir com a surpresa do primeiro "Planeta...". Ou seja: depois do excesso de assinatura em "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça", esta foi a encomenda para descontrair, ganhar algum dinheiro e fazer alguns acertos à posição que se ocupa na indústria.

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