Se Le Carré resgata (e ironiza) a sua experiência anterior de agente secreto como inspiração para os seus best sellers, John Boorman vai buscar a figura máxima da idealização do mundo da espionagem: nada mais nada menos que James Bond. Ou, mais exactamente, Pierce Brosnan, que compõe aqui um agente secreto cínico e sem escrúpulos, ao serviço dos seus interesses pessoais. É engenhosa a releitura de Bond que Boorman propõe com a personagem de Brosnan (conferindo-lhe uma perversidade ausente dos filmes de 007). E o melhor de "O Alfaite do Panamá" reside, justamente, no contraponto entre Brosnan e o "terno" vigarista de Geoffrey Rush, proporcionando episódios divertidos como o encontro no bordel e o baile no clube gay. Pena é que o filme acuse um cero anacronismo do realizador.
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