Um divertimento inofensivo

Comédia inconsequente, "Um Perigo de Mulher" parte, no entanto, de uma ideia simpática, evocando os artifícios do "film noir" dos anos 40: contar a mesma história a partir de versões diferentes. Mas não há nada de vagamente policial no filme - ainda que tenha a sua pouco convincente "femme fatale", neste caso, uma Liv Tyler que já viu melhores dias. É ela que está no centro da perdição de três homens: Matt Dillon, Paul Reiser e John Goodman. O primeiro é o namorado forçado que se deixa incriminar no lugar dela; o segundo é o advogado adúltero que vê nela a parceira ideal para as suas práticas SM; o último é o polícia que vê nela a reencarnação da falecida mulher e que acaba por influenciar toda a investigação. O filme põe em evidência a carreira anterior de Harald Zwart como realizador de publicidade (na fotografia, nos processos de osmose que antecedem a lembrança da tal noite no bar McCool's, onde tudo começou, no emprego da banda sonora). Enfim, um divertimento inofensivo.

Sugerir correcção
Comentar