De um cineasta tão dado ao exercício da citação, talvez só se pudesse esperar um filme de ficção científica que fosse uma súmula de toda a ficção científica "moderna", a que nasceu com Kubrick e com "2001". Efectivamente, "Missão a Marte" é essa súmula, e De Palma é capaz de condensar todas as referências de forma vigorosa e imaginativa (visualmente, há momentos magníficos) num filme a que nem falta o paradoxal "must" de toda a ficção científica "realista": o encontro com uma hipótese de Deus e um arremedo de explicação para a origem da vida. O argumento é altamente engenhoso (são os sucessivos falhanços que fazem a avançar a narrativa), e De Palma livra-se de todas as explicações "técnicas" que habitualmente fazem o género para preservar apenas a acção - é mesmo capaz de uma cena (a morte de Tim Robbins para salvar a mulher) que é dos mais inesperados momentos melodramáticos dos últimos tempos. Finalmente, como última nota de recomendação, refira-se que há muito que Ennio Morricone não compunha uma banda sonora tão poderosa.
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