O filme tenta ser como o livro

"Alta Fidelidade" é um filme imperdível para quem alguma vez se tenha socorrido da música "pop" como maneira de salvar a vida - o que, contas feitas, inclui toda a gente com menos de 40 anos.

"Alta Fidelidade" é a adaptação do livro homónimo do inglês Nick Hornby, uma peça de literatura "pop" por onde passa uma divertida e cúmplice reflexão sobre os estereótipos da cultura "pop", com particular incidência na música. A adaptação, bastante fiel ao espírito e à letra do livro de Hornby, foi dirigida por Stephen Frears e também é divertida - embora Frears apareça aqui a trabalhar num registo "low profile", pouco interessado em trabalhar uma espessura narrativa e formal que ultrapasse a banalidade de algumas soluções dignas de telefilme.
Valha a verdade que o livro, onde o monólogo e a narração recheada de aforismos na primeira pessoa são a figura estilística de base, talvez não pudesse ser adaptado de maneira muito diferente sem que se perdesse o seu lado mais sumarento. E nesse aspecto, o filme tenta ser como o livro: uma história onde conta menos aquilo que se passa do que as observações e pensamentos da personagem principal sobre o que vai acontecendo.

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