É fácil falar do "clássico" a propósito de "O Encantador de Cavalos", tanto mais que neste filme Redford faz, voluntariamente ou não, diversas tangentes ao universo do Clint Eastwood dos anos 90 (e não nos limitamos às semelhanças narrativas com "As Pontes de Madison County"). No seu melhor, "O Encantador de Cavalos" é capaz de exibir um olhar de majestosa serenidade, e revelar aquela discrição metodológica de quem sabe que, por exemplo, um simples plano fixo pode ser o ideal para revelar a inquietude de uma personagem. Mas, e já é o pior, é um filme onde a ideia de "clássico" tem uma utilização maioritariamente decorativa, ou seja, paira como uma sombra sem verdadeiramente se pôr ao trabalho, sem passar da nostalgia ao luto. Aí, evidentemente, Redford tanto se aproxima de Sydney Pollack como se afasta de Eastwood. O que não invalida que haja coisas muito belas em "O Encantador de Cavalos", nem que alguns actores (Kirstin Scott Thomas, sobretudo) estejam em estado de graça.
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