Dizem-me que "Romance" está a fazer uma surpreendente carreira comercial. Qual é a admiração? Alguém tem dúvidas de que mesmo uns pozinhos de "soft porno" - e neste caso nem é só "soft" - vende melhor do que o pudor ritualizado com que Tsai Ming-liang ("O Rio") representa o sexo? Alguém ignora que quando a super-minoritária TV2 passa ciclos "eróticos" com "Emmanuelle" ou com os inefáveis filmes de Walerian Borowczyk, as audiências disparam em flecha? Mas o que torna este "Romance" um objecto repugnante não é, obviamente, a exposição do super-pirilau de uma vedeta porno italiana em contraste com o mini-pirilau do marido da protagonista. É a pretensão de recobrir tudo com um programa de reformulação dos costumes, com pinceladas de pseudo-feminismo bacoco no epílogo, e um palavroso tratado sobre as paixões a acompanhar o arremedo patético de sadomasoquismo.
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