O Ringue

O boxe como desporto de massas e como negócio de perigosos mafias deu origem a um bom número de filmes famosos, com actores inesquecíveis como Robert Ryan, Robert Mitchum ou Paul Newman. O realizador deste "O Ringue", Ron Shelton, especializado em filmes sobre desporto e nas mil e uma maneiras de expor os encantos da mulher, a actriz Lolita Davidovich, depois de "Blaze", para veículo de Paul Newman, ou de "Tin Cup", com Kevin Costner e a miraculosa ressurreição de Rene Russo, não se poupou a esforços para conseguir outros nomes sonantes. Aliás, tanto Antonio Banderas, ainda a capitalizar a cotação industrial de "Zorro", como Woody Harrelson constituem mesmo a única razão para ver "O Ringue", nos dois amigos que aceitam defrontarem-se num combate memorável, afim de tentarem resgatar uma carreira e uma vida falhadas. Tudo o resto é nulo. A estafada reincidência no triângulo amoroso, a inserção desajeitada de uma interminável hipótese de "road movie", a acumulação de todos os estereótipos de Las Vegas, ou o modo exibicionista e sangrento como se filma o combate, não ajudam nada. O epílogo, com o regresso e a previsível referência ao "ménage a trois" mais não faz do que agravar a questão. De lugar comum em lugar comum, "O Ringue" é um filme que já se esqueceu.

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