Primeiro temos que lamentar a sorte da pobre Helen Mirren, obrigada a construir uma personagem de vilão, a traço grosso e sem grande benefício de complexidades. A história, já de si, não deixa grandes dúvidas quantos aos seus patéticos limites: uma professora preversa tem prazer em torturar os bons alunos, destruindo-lhe as expectativas, mas também os maus alunos, fazendo-os pagar pelos erros dos seus progenitores. Se acrescentarmos a este esboço de sinopse que o esforço dos alunos em corrigir uma situação injusta suspeita de fraude resulta em sequestro, sucessivas tentativas de homicídio (usando, incluve, uma besta, ela própria resultado de um trabalho prático da aula de História) e desmascaramento da megera, teremos talvez uma pequena noção do disparate. Não somos poupados, é claro, às secretas aventuras amorosas da monstruosa professora, nem a um esboço de psicanálise barata. Empenhado na construção de um inacreditável horror de pacotilha, destinado ao consumo exclusivo de jovens retardados, Mrs. Tingle não consegue sequer atingir o profissionalismo mínimo de um honesto telefilme. As peripécias são toscas, os diálogos inanarráveis, os actores juvenis incipientes, trabalho de câmara confuso. Enfim, uma catástrofe, a evitar com todo o cuidado.
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