É de admirar a actuação em surdina de Harrison Ford na personagem de um polícia que fica viúvo e descobre que a mulher, morta num acidente aéreo, viajava ao lado do amante. O embate com a elegância fria de Kristin Scott Thomas - a viúva do homem que ia no avião ao lado da mulher de Ford - é marcante. Ford é um animal ferido a esgravatar os fantasmas da mulher morta e traidora. É o mais interessante de "Encontro Acidental": a deslocação dos géneros clássicos (este filme não é comédia, não é policial, nem é psicodrama) por um romantismo mórbido que, através da personagem de Ford, até pode evocar, de acordo com os fantasmas de cada um, "O Quarto Verde", de Truffaut. Dito isto, o filme parece ter medo desses abismos - por exemplo, a forma como Pollack, sem convicção, descreve o ambiente que rodeia Ford e Scott Thomas antes do "encontro acidental".
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