Material vibrante não faltou a Wenders: material humano - estas estrelas da música tradicional cubana que estavam esquecidas e que renasceram para um disco (através do filme, renasceram para a vida) são "maiores do que a vida"; material político, também, numa dimensão apenas sugerida, já que Wenders apenas filma os sinais gráficos da revolução inscritos nos edifícios de Havana a apodrecer; e a música, que nos transporta para uma Cuba mítica e nostálgica. Mas faltou o olhar. Mesmo pensando em outros documentários do cineasta - o caso limite chamado "Lightning Over Water" ou mesmo "Tokyo-Ga" -, "Buena Vista Social Club" é o mais "liso" (não contando com o trabalho sobre o estilista japonês Yoji Yamamoto, mas aí era mesmo uma questão de "superfícies"). O melhor - ou o pior? - que se poderá dizer sobre "Buena Vista Social Club" é que ele dá, sobretudo, vontade de comprar o disco.
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