Para Além do Horizonte

O melodrama clássico passou muitas vezes pela instrumentalização de anjos e de situações sobrenaturais para exprimir o excesso do sentimento e o despudor da emoção pura. "Para Além do Horizonte" parte de uma interessante ideia de argumento e de uma complexa panóplia de efeitos especiais, esbarrando, no entanto, na incapacidade de lhes conferir espessura dramática: o que deveria ser delírio e desmesura fica-se pela frouxa colagem aos tiques de um actor, Robin Williams, capaz de bem mais altos voos. Parece mesmo que quanto mais sofisticados são os cenários "pintados" em computador, menor é a violência do gesto. O amor sem barreiras precisaria de um arrojo conceptual que um realizador certinho e correcto não conseguiu dar-lhe. E foi pena.1998/12/18


Três meses após a morte dos dois filhos adolescentes, Robin Williams morre num acidente de viação deixando a mulher, Annabella Sciorra, à beira do colapso. Mas a morte é impotente para os separar. Ela suicida-se, mas o marido começa uma viagem épica, com a ajuda de Max von Sydow, para a resgatar à zona do Além onde vegetam as almas que não têm consciência de que estão mortas. Sobre o argumento de Ron Bass ("Rain Man") uma equipa de "production designers" e de técnicos de efeitos especiais trabalhou em computador as imagens do Além que foram a aposta do filme. Para já, foi um dos falhanços nas bilheteiras americanas.
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