Inquietude

Porque falha "Inquietude" a genialidade de grande parte da obra recente de Oliveira? É quase um mistério inexplicável. Estão presentes os grandes temas, os actores e as actrizes emblemáticos, há momentos de verdadeira magia, sobretudo no primeiro e no terceiro segmentos narrativos. E, no entanto, a leitura do conto de Patrício não consegue operar a junção dos fragmentos e a estrutura do filme fica fragilmente exposta. Não se trata sequer de uma obra menor, mas do sublime falhanço de um dos projectos mais ambiciosos do cineasta. Quem esquecerá, todavia, a melopeia encantatória de Irene Papas (em mais um fabuloso encontro de Oliveira com Agustina) ou a rigorosa "mise-en-scène" do jogo de massacre da peça de Prista?
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