Detido suspeito do ataque ao museu judaico de Bruxelas

Polícia de Marselha deteve um cidadão francês, de 29 anos, que estará ligado ao tiroteio que matou quatro pessoas a 24 de Maio.

Foto
Ataque fez quatro mortos e foi considerado um acto terrorista e antisemita Eric Vidal/Reuters

O suposto autor da morte de quatro pessoas, assassinadas a tiro, há uma semana, no museu judaico de Bruxelas, está sob custódia policial. A detenção foi feita na sexta-feira, mas só neste domingo é que foi divulgada. Trata-se de um cidadão francês, de 29 anos, interceptado numa estação ferroviária em Marselha, no sul de França.

O suspeito, diz a agência de notícias AFP, é originário do norte do país, de Roubaix, mais precisamente, e chama-se Mehdi Nemmouche. Tem um "perfil jihadista", acrescenta a mesma agência francesa, citando fontes próximas da investigação. O ataque de 24 de Maio foi considerado pela justiça como um "atentado terrorista" e "antisemita", tendo suscitado condenações junto dos principais líderes mundiais, desde o chefe da Igreja Católica, Papa Francisco, ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

A mesma fonte ligada ao inquérito deste caso que está a ser citada pela AFP acrescenta que Nemmouche é suspeito de ter estado na Síria em 2013, facto pelo qual terá sido detectado pelos serviços de segurança franceses, que já suspeitavam das ligações do detido aos movimentos jihadistas.

Para já, encontra-se indiciado por assassinato e tentativa de homicídio e sob jurisdição das autoridades policiais, para primeiro interrogatório, podendo ficar detido por um mínimo de 96 horas. Até agora, o detido manteve-se em silêncio. Se os responsáveis pela investigação não pedirem a prorrogação do período de detenção, com o argumento de que existe ameaça de atentado terrorista, Nemmouche terá de ser libertado até terça-feira. Caso o pedido de prorrogação seja feito e aprovado, a detenção pode durar no máximo 144 horas sem acusação, ou seja até quinta-feira.

O suspeito foi travado quando se encontrava numa das gares da estação de Saint-Charles, em Marselha, aonde tinha chegado de autocarro, proveniente de Amesterdão e que tinha passado pela capital belga. Quando foi questionado pelo serviço de estrangeiros e fronteiras, em Marselha, sobre a sua residência, terá declarado que não possuía residência fixa, acrescenta a AFP.

A mesma fonte de investigação declarou ainda que o detido tinha sua posse uma arma Kalshnikov e um revólver com munições, "iguais às usadas no ataque em Bruxelas". Além disso, usava um chapéu igual ao do atirador do museu judaico e tinha uma câmara digital de filmar GoPro, alegadamente semelhante à que terá sido vista no atirador.

"Há muitos elementos coincidentes com o atirador de Bruxelas", referiu uma outra fonte não identificada pela AFP, mas dada como próxima da investigação.

O atentado de Bruxelas é um facto inédito na história recente da Bélgica, tendo morrido um casal israelita, uma voluntária francesa e um funcionário belga. Fez lembrar, pela natureza e pelo modus operandi, o ataque de Mohamed Merah, em Março de 2012, em Toulouse (França), que assassinou a tiro três militares franceses, três crianças de um colégio judeu e um rabino, em Toulouse e Montauban, no sul de França.

Sugerir correcção
Comentar