Páginas Amarelas com nova administração e aposta forte no digital

Objectivo é inverter queda do volume de negócios dos últimos anos.

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Páginas Amarelas vão apostar no digital. Nélson Garrido

A nova administração das Páginas Amarelas pretende contrariar a tendência de queda dos últimos anos, com um renovado enfoque no digital, disse à Lusa o presidente executivo, António Alegre.

Depois de um Processo Especial de Revitalização (PER) no ano passado, que culminou com a entrada da Norshare Investimentos (apoiada pela Portugal Telecom), a nova administração das Páginas Amarelas quer reforçar a componente do marketing digital junto das pequenas e médias empresas (PME), apostando numa interacção com as redes sociais.

António Alegre refere que o volume de negócios da empresa foi de 19,5 milhões de euros no ano passado, depois de já ter atingido os 100 milhões no começo do século, pelo que o objectivo para o primeiro ano da nova fase "é inflectir a curva descendente dos últimos anos".

De acordo com a nova equipa, dos 130 trabalhadores com quem foi delineado rescindir, 112 já abandonaram a companhia, restando cerca de metade da estrutura anterior ao PER.

"Muita gente acha que o negócio das Páginas Amarelas está obsoleto, está ultrapassado", refere António Alegre, de 27 anos, que reconhece que há uma diferença entre a perspectiva das gerações mais novas e a das mais velhas, que contactavam directamente com as listas telefónicas em papel.

O novo presidente da empresa destaca o trabalho de migração para o digital que foi feito ao longo dos últimos anos, em particular nos últimos dois: "Agora temos de transmitir a mensagem para o utilizador da Internet saber. Muitos vão ao www.pai.pt, mas não sabem que é das Páginas Amarelas".

O comunicado que acompanha o relançar da empresa realça que "outra forte aposta da Páginas Amarelas para as quase 40 mil empresas que trabalham consigo será a utilização das redes sociais para os seus negócios, nomeadamente o Facebook, o LinkedIn ou o Instagram".

António Alegre destaca que a rede social deve adequar-se ao cliente em causa e que vão fazer a gestão do perfil nesse espaço, uma vez que "as PME não têm tempo para estar a gerir o Facebook", com a ressalva de que "um Facebook sem actualização é como um chafariz desligado".

Para além das redes sociais vai também haver uma aposta no desenvolvimento de aplicações móveis, já que consideram que "ainda não há uma oferta verdadeiramente atractiva no mercado de aplicações", criando produtos à medida das necessidades de cada cliente.

A Norshare resulta da equipa de António Alegre e João Aroso, dois amigos que se conhecem desde a infância e que agora administram as Páginas Amarelas em conjunto com outro portuense, Tiago Ferreira da Silva, que terá a seu cargo as áreas financeiras.

"O que nos levou a apostar na empresa foi o potencial que nós identificámos na empresa, com quase 40 mil clientes, com um potencial para o online brutal e foi com base nesse potencial que acreditámos na empresa", explicou António Alegre.

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