Venda dos quadros de Miró: do New York Times ao China Post

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Três das 85 obras de Joan Miró que o Estado português leva a leilão esta semana Reuters
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Obras foram expostas no final de Janeiro na Christie's, em Londres Reuters
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Obras foram expostas em Londres Reuters
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Mulheres e pássaros, um óleo pintado em 1968 cujas estimativas de venda variam entre os 4,8 milhões e os 8,4 milhões de euros Reuters
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Além das obras de Joan Miró, a Christie's leva à praça outros trabalhos de artistas conceituados como Mondrian (nesta foto com Composition No. 2 with Blue and Yellow), Picasso, Giacometti, Monet, Léger e Magritte AFP
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O leilão de arte impressionista, moderna e surrealista acontece também na quarta-feira AFP
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Cadeau Modele (1960), de Man Ray AFP
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Eglise de Varengeville, soleil couchant (1882), de Claude Monet AFP
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Nature mort a la nappe a carreaux (1915), de Juan Gris AFP
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Maquette for Seated Woman (1976), de Henry Moore AFP
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Trois homes qui marchent I, de Alberto Giacometti AFP

O cancelamento da leiloeira Christie’s da venda de 85 quadros de Juan Miró detidos pelo Estado português foi noticiado em muitos dos principais jornais do mundo, nesta quarta-feira, que destacam a alegada ilegalidade da venda.

Em Espanha, país de origem do pintor Juan Miró, todos os jornais publicam a história, com o El Mundo a destacar a suspensão da venda dos quadros e o catalão El Periódico a referir as “incertezas legais” sobre a propriedade do lote de quadros.

No Reino Unido, onde era suposto decorrer o leilão na terça-feira, o The Guardian avança o título “Christie’s cancela venda de 85 pinturas de Joan Miró após tumulto”, referindo-se à petição, que junta mais de nove mil assinaturas, contra a venda dos quadros e as providências cautelares interpostas por deputados socialistas e pelo Ministério Público português para impedir o negócio.

A disputa legal sobre a propriedade dos quadros de Miró foi o que mais chamou a atenção da principal televisão britânica, a BBC, enquanto o The Telegraph diz que um “leilão de arte de Portugal foi travado por ordem judicial”.

Também na Irlanda, o The Journal faz título com o caso, mas, neste caso, a palavra-chave é a “austeridade” em Portugal e o ângulo da notícia lembra que “Portugal queria recuperar ‘buraco’ de banco vendendo arte”.

Os alemães também deram atenção à história, com o Sutsche Welle a titular “Leiloeira de Londres cancela venda de quadros de Miró”, afirmando que a decisão foi tomada “de forma abrupta” depois de um “tribunal português ter ordenado a suspensão” na sequência “de um pedido apresentado pela oposição”.

Por seu lado, o Der Spiegel noticia o cancelamento do leilão pela Christie’s, referindo a necessidade de Portugal de “receber os 36 milhões de euros” que constituíam a base de licitação dos 85 quadros.

O episódio dos quadros de Miró em leilão e da suspensão da venda atravessou o oceano e foi “puxado” pelos norte-americanos The New York Times e The Wall Street Journal, os diários destacam a “revolta” mostrada pela população, enquanto, no Canadá, a CBC refere o cancelamento do leilão que “pretendia cobrir o ‘buraco’ de um banco”.

Um pouco mais a sul, na Colômbia, o El Nuevo Siglo dá conta de “um litígio em Portugal” por causa da “incerteza sobre a propriedade de 85 obras do pintor Juan Miró”, que estão em poder de Portugal.

Do outro lado do mundo, a edição espanhola do China Post titula “Justiça portuguesa tenta impedir venda de 85 quadros de Miró”, enquanto na Tailândia, o Bangkok Post explica que as obras do pintor catalão passaram a ser propriedade do Estado português quando o BPN foi nacionalizado, em 2008, e que a sua venda foi “ferozmente impedida” por amantes de arte e pela oposição portuguesa.

A leiloeira Christie's cancelou na terça-feira a venda de 85 quadros de Joan Miró provenientes da coleção do ex-BPN, afirmando, em comunicado, que a decisão resultou "da disputa nos tribunais portugueses", na qual "não é parte interessada".

Em causa está um conjunto de obras do pintor catalão que ficou nas mãos do Estado após a nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN), e que o Governo pretendia vender num leilão organizado pela Christie´s, em Londres, na terça e quarta-feira.

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