Bola de Ouro aos 41 anos

A história do troféu que distingue aquele que é considerado o melhor futebolista de cada ano.

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O troféu individual mais cobiçado pelos futebolistas Franck Fife/AFP

Já tinha 41 anos o inglês que ganhou a primeira “Bola de Ouro” em 1956. Os jornalistas franceses que se lembraram de criar a competição entre os principais clubes europeus idealizaram um prémio que funcionasse como complemento, numa época de mediatização ainda muito limitada. O júri decidiu distinguir um jogador do Blackpool que anos antes se divertiu com os portugueses no Estádio Nacional, marcando um dos dez golos da histórica goleada aplicada pela Inglaterra em Lisboa, em 1947. Sir Stanley Matthews, jogou durante 23 anos, veio a ser nomeado Cavaleiro do Império Britânico, e aos 66 ainda calçava as botas para actuar em qualquer encontro de beneficência.

Se Maradona, Romário ou Madjer tivessem nascido alguns anos mais tarde também teriam sido, certamente, candidatos a uma “Bola de Ouro”. Mas para eles, embora tivessem feito carreira na Europa, a alteração do regulamento do prémio só chegou em 1995 e já veio atrasada.

Até essa data o troféu estava confinado a jogadores nascidos no continente europeu ou, como no caso de Eusébio, com a nacionalidade de um dos seus países. Antes dele, Di Stefano e Sivori, que também não nasceram na Europa, foram premiados, mas um já tinha passaporte espanhol e o outro italiano.

Só em 1995, num ano em que Portugal teve três candidatos, Vítor Baia, Paulo Sousa e Figo (Bola de Ouro em 2000), é que a alteração ao regulamento permitiu a chegada ao primeiro lugar do liberiano George Weah, que era grande figura do Milan, depois de ter trabalhado sob a orientação de Artur Jorge no Paris-SG.

Agora o prémio vai mais longe. Por acordo entre os proprietários da revista France Football e a FIFA, que constituíram um júri internacional chama-se FIFA Ballon d’Or desde 2010. Tem nova alteração ao regulamento para ganhar uma dimensão universal, Votam jornalistas, seleccionadores nacionais e capitães de selecção de todos os países filiados. Futebolista que, por exemplo, jogue em África ou na América do Sul já pode a aspirar ao prémio, como teria sido o caso de Pelé se no seu tempo vigorassem estas regras. Mas para agora não. Os melhores jogadores do mundo estão todos na Europa. Dos outros, ainda nenhum deles chegou sequer à pré-selecção de 23 jogadores.

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