Marco Almeida perde Sintra mas promete que movimento independente “é para continuar”

Basílio Horta ganhou com 26,83%, pouco mais de um ponto percentual acima de Marco Almeida (25,42%).

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Joana Bourgard

Foi uma luta renhida até ao fim. O PS, com Basílio Horta, venceu a corrida à presidência da Câmara de Sintra, com uma diferença de menos de dois mil votos em relação ao movimento independente liderado por Marco Almeida. Este promete que não vai defraudar as expectativas dos que nele votaram e garante que o movimento independente que lidera “é para continuar”.

Segundo os resultados oficiais, conhecidos por volta das 2h00 desta segunda-feira, Basílio Horta ganhou com 26,83% (32.984 votos), pouco mais de um ponto percentual acima de Marco Almeida (25,42%, ou seja, 31.246 votos). Tanto o PS como o movimento Sintrenses por Marco Almeida elegeram quatro vereadores. Pedro Pinto, da coligação PSD/CDS-PP, tem 13,79% dos votos, elegendo dois vereadores, e o PCP/PEV, liderado por Pedro Ventura, ficou com 12,50%, que permite ter um vereador na câmara. Pelo BE, Luís Fazenda tinha como objectivo conseguir eleger um vereador mas falhou, tendo apenas 4,52% dos votos.

“Fizemos muito com muitos. Percorremos um longo caminho. Assentámos o nosso esforço na cidadania deste concelho”, começou por afirmar Marco Almeida, por volta da 1h30 desta segunda-feira, na sede de campanha do movimento. Foi só por essa hora que surgiu perante mais de uma centena de apoiantes que o esperavam há horas, muitos pelo menos desde as 19h de domingo.

Sob uma forte salva de palmas, assobios e gritos de apoio, Marco Almeida entrou na sala ao som do hino da campanha – que ainda só tinha tocado uma vez, para receber Rui Santos, reeleito presidente da Junta de Freguesia de Colares. Pôs fim a meia dúzia de horas de sofrimento que os apoiantes aguentaram estoicamente.

No seu discurso, agradeceu a todos os que o apoiaram, desde “o cidadão mais anónimo” até à cara mais conhecida do movimento que lidera: António Capucho, antigo dirigente do PSD, partido ao qual já não pertence. Também Marco Almeida disse esta noite que deixou de ser social-democrata a 1 de Dezembro de 2012, por considerar que o PSD “apenas tem em conta os números e esqueceu as pessoas”.

“Tenho a certeza de que o sucesso da gestão socialista será também o sucesso de todos os sintrenses”, declarou, sublinhando que já tinha dado os parabéns a Basílio Horta pela vitória. E, depois desta noite eleitoral, “Sintra não voltará a ser a mesma”, garantiu. “Temos uma responsabilidade para os próximos quatro anos. Não vamos defraudar expectativas. Estaremos no concelho como sempre estivemos. E este movimento não se extingue hoje, ele é para continuar”, acrescentou.

O líder do movimento, que até aqui era vice-presidente do executivo liderado por Fernando Seara, prometeu que vai continuar “próximo dos problemas, na procura das soluções”. E sublinhou: “É dessa forma humilde, transparente e empenhada que continuarei a estar por cá.”

“É verdade que não ganhámos, mas ficámos a muito pouco de o conseguir”, ressalvou depois, aos jornalistas, admitindo que a vitória seria ganhar a câmara, assembleia e juntas de freguesia. Ainda assim, diz com orgulho que não correu contra ninguém. “Não me move nada contra ninguém, mas acho que todos devem tirar as suas ilações”, afirmou, referindo-se em particular ao PS e ao PSD – este último com uma derrota histórica no concelho.
 

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