Seguro rejeita corte de rendimentos dos reformados e pensionistas

Líder do PS na apresentação de Manuel Machado, candidato autárquico em Coimbra.

O secretário-geral do PS, António José Seguro, afirmou neste domingo, em Coimbra, que "é intolerável e inaceitável" o Governo retirar aos reformados e pensionistas "uma parte dos seus rendimentos".

"Um Governo que faz isto é um Governo que não merece, porque não está ao nível da estrutura moral dos portugueses", disse o líder socialista, em Coimbra, frisando que "este Governo há muito que perdeu o país" devido às políticas de austeridade que tem escolhido.

António José Seguro, que participou na apresentação da candidatura de Manuel Machado à presidência da Câmara Municipal de Coimbra, acusou o executivo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas de "retirar, de um momento para o outro, uma parte dos rendimentos" aos reformados e pensionistas.

"As reformas e as pensões de muitos portugueses já não são apenas para esses reformados e para esses pensionistas", constituindo também um recurso que "ajuda a vencer as dificuldades dos filhos e dos netos", realçou.

Para o secretário-geral do PS, o actual problema de Portugal "não é apenas económico" e social.

"O problema é também moral", disse, frisando que "a crise é também política e é também moral".

Para António José Seguro, o Governo "perdeu o respeito por completo" pelos portugueses.

Seguro intervinha na apresentação da candidatura do PS, encabeçada por Manuel Machado, à Câmara Municipal de Coimbra, numa sessão que decorreu no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha.

Acusando o Governo de ter optado, desde que tomou posse, há quase dois anos, "pela política de austeridade a qualquer custo", avisou de novo que esta forma de governar "não resolve nenhum problema do país".

Manuel Machado, que presidiu à Câmara Municipal durante três mandatos, entre 1989 e 2001, disse que pretende que Coimbra "volte a ser uma cidade que atraia pessoas, uma cidade onde apeteça viver e – ponto fundamental – onde se possa ganhar a vida".

"O que se passou em Coimbra na última década (com a autarquia governada pela coligação PSD/CDS/PPM) foi, não só inimaginável para quem viveu ou acompanhou esta cidade até ao século XXI, mas absolutamente trágico", afirmou.
Na sua opinião, o "resultado de mais de uma década de gestão autárquica foi Coimbra ter menos população, foi Coimbra ter menos emprego, foi Coimbra ter menos relevância" no plano nacional.

"Foi, em suma, Coimbra ter-se tornado numa cidade mais inóspita para se viver, numa cidade onde há muitos que não conseguem viver, numa cidade onde muitos não conseguem ganhar a vida", lamentou.

Na sessão, intervieram ainda Pedro Coimbra, presidente da Federação de Coimbra do PS, Carlos Cidade, líder concelhio do partido, Manuel Milagre, presidente da JS local, e Isabel Garcia, editora e apoiante da candidatura de Manuel Machado.

O eurodeputado Vital Moreira e o histórico socialista Manuel Alegre, antigo candidato à Presidência da República, enviaram ao candidato mensagens de apoio.

Carlos Silva, recém-eleito secretário-geral da UGT, também participou na apresentação da candidatura de Manuel Machado.

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