Governo recusa comentar Sócrates na RTP

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Estão em causa elementos, como escutas telefónicas, que integram o processo Operação Marquês Foto: Manuel Roberto

O Governo PSD/CDS-PP recusou nesta quinta-feira comentar a contratação do ex-primeiro-ministro José Sócrates para comentador na estação pública de televisão, RTP, afirmando o princípio de não interferência nos critérios editoriais de nenhum órgão de comunicação social.

“O Governo e, por maioria de razão, o Conselho de Ministros não tem rigorosamente nada que ver com os conteúdos informativos dos órgãos de comunicação social”, afirmou o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Luís Marques Guedes, em resposta aos jornalistas, no final da reunião semanal do executivo.

Marques Guedes acrescentou que “essa é uma matéria da exclusiva responsabilidade editorial da empresa e dos critérios jornalísticos que são utilizados pela própria empresa” e que “o Governo não se imiscui, obviamente, nem nesses critérios, nem nessa responsabilidade editorial”.

O secretário de Estado da Presidência também não quis fazer qualquer comentário sobre o significado de um regresso a Portugal de José Sócrates, que depois de seis anos à frente do Governo do PS, na sequência da derrota nas legislativas de Junho de 2011, foi estudar e residir para Paris.

“A minha resposta será sempre a mesma. Em Portugal existe liberdade de expressão e liberdade na comunicação social e a responsabilidade pelos conteúdos editoriais e os critérios jornalísticos que são utilizados pelos órgãos de comunicação social não são da responsabilidade do Governo, e muito menos do Conselho de Ministros”, reiterou Marques Guedes.

Ribeiro e Castro fala de "insensatez" na contratação

O deputado do CDS José Ribeiro e Castro criticou a contratação do ex-primeiro-ministro, considerando que ela revela uma "completa insensatez".

“É uma completa insensatez porque o antigo primeiro-ministro está mais em tempo de responder pela situação muito difícil em que o país está do que em tempo de comentar”, criticou Ribeiro e Castro.

O ex-presidente do CDS-PP, citado pela Lusa, adiantou ainda que subscreveu a petição pública lançada nesta quinta-feira contra a presença de José Sócrates na RTP como comentador político e que, em poucas horas, já conta com mais de 25 mil assinaturas. Ribeiro e Castro congratulou-se com o número de signatários já alcançado pela petição, argumentando que é revelador da "indignação e descontentamento" com o legado deixado pelo anterior primeiro-ministro.


 
 
 

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