Patrões pedem fim da austeridade

Confederação do Comércio diz que o Governo não tem soluções para o relançamento da economia portuguesa. Confederação dos Serviços de Portugal quer cortes urgentes na despesa pública.

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João Vieira Lopes defende que problemas estruturais se mantém Rui Gaudêncio

As declarações de Vítor Gaspar, a propósito dos resultados da sétima avaliação do Programa de Assistência Económica, só confirmam que é preciso rever a estratégia para Portugal, dizem os patrões. Reagindo aos números apresentados nesta sexta-feira pelo ministro das Finanças, João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio, defendeu que a revisão da queda do PIB, de 1% para 2,3%, não decorre apenas da degradação do contexto europeu já previsível, "mas da adopção de um conjunto de políticas recessivas exageradas, e que tudo aponta se irão manter".

Ao estimar a taxa de desemprego de 19% para este ano, valor nunca antes atingido, o Governo revela que “não tem soluções para o relançamento da economia portuguesa”, continua João Vieira Lopes que não tem dúvidas de que, em 2013, o desemprego chegará aos 20%. Quanto ao diferimento das metas do défice, João Vieira Lopes diz que “é apenas a consequência dos objectivos irrealistas anteriormente definidos, parecendo já evidente que esta revisão não será suficiente".

Além disso, o corte "mal explicado" de quatro mil milhões na despesa foi adiado para 2014  "mas os problemas estruturais que eventualmente o justificariam, persistem", lamentou.

Também Luís Reis, presidente da presidente da Confederação dos Serviços de Portugal (CSP), se pronunciou sobre as declarações do ministro das Finanças, pedindo cortes urgentes na despesa e o fim das medidas de austeridade.

“Acabou o tempo de falar, chegou o tempo de fazer. Este é o momento em que temos de pedir ao Governo uma intervenção de urgência para que garanta o corte na despesa pública e não aplique mais medidas de austeridade. A sociedade civil tem ser exigente e intransigente com a adopção de medidas que estimulem a economia interna”, defendeu.

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