Programa português está "no bom caminho", diz a troika

Aprovação formal de mais uma tranche só depois de apresentação de programa de cortes na despesa em Maio.

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Troika em Portugal ENRIC VIVES-RUBIO

Apesar da revisão em alta dos objectivos do défice e da deterioração acentuada das condições económicas, a implementação do programa "continua no bom caminho", considera a troika no final de uma missão de quase três semanas em Portugal.

Num comunicado conjunto emitido nesta sexta-feira com as conclusões da sétima avaliação ao programa de ajustamento português, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional afirmam que "o objetivo estabelecido para o final de 2012 em matéria de défice orçamental foi cumprido, a estabilidade do setor financeiro foi preservada e a execução de um vasto leque de reformas estruturais está a avançar", salientando ainda que "o ajustamento externo continua a exceder as expectativas".

A evolução mais negativa do que o esperado da actividade económica é explicada pela troika com três factores: "diminuição da procura por exportações, em particular da zona euro, baixos níveis de confiança e níveis de endividamento elevados no sector privado". O que levou a que, no decorrer desta avaliação, fossem reavaliadas "as escolhas de políticas e a implementação do programa".

A troika revela ainda que as receitas de privatizações vão ser uma das formas encontradas pelo Governo para garantir que, apesar de os défices serem mais elevados, não será preciso reforçar o envelope financeiro previsto no programa. "As autoridades estão empenhadas em cobrir as necessidades de financiamento suplementares resultantes dos objetivos em matéria de défice orçamental revistos, incluindo através das receitas das privatizações", afirma o comunicado da troika.

Apesar dos elogios, para que a avaliação seja considerada positiva e seja dada autorização para a entrega de mais uma tranche do empréstimo (de cerca de 2000 milhões de euros), a troika diz que irá ainda esperar pela apresentação, até Maio, do relatório com a estratégia orçamental detalhada de médio prazo, o documento onde o Governo dará a conhecer quais as medidas de redução permanente da despesa que irão ser implementadas em 2013, 2014 e 2015. 

 
 

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