Sandinista Daniel Ortega vence eleições presidenciais na Nicarágua

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Ortega ressuscitou politicamente, 16 anos depois de deixar o poder, com a promessa de acabar com a miséria AFP (arquivo)

O sandinista Daniel Ortega venceu a primeira volta das eleições presidenciais na Nicarágua com 38 por cento dos votos, tornando-se virtualmente o novo Presidente do país, 16 anos depois de ter abandonado o poder.

O liberal Eduardo Montealegre, que conseguiu arrecadar 29 por cento dos votos, aceitou a sua derrota nas eleições frente ao candidato sandinista e felicitou o ex-guerrilheiro pela sua vitória na primeira volta.

Ortega obteve uma diferença de mais de novo pontos percentuais sobre Montealegre, segundo o relatório final do Conselho Supremo Eleitoral (CSE) do país, difundido quando estavam contabilizados 91,48 por cento dos votos.

Os dados oficiais convertem Ortega no Presidente virtualmente eleito. A legislação nacional exige apenas 40 por cento dos votos, ou 35 por cento com cinco pontos de vantagem sobre os seus rivais, para que um candidato seja eleito Presidente à primeira volta.

Depois de conhecer os resultados, o candidato presidencial sandinista comprometeu-se a manter a estabilidade e a trabalhar para "tirar a Nicaragua da pobreza" e em prol da "reconciliação nacional".

O regresso ao poder de Ortega, Presidente da Nicarágua na década de 80, após a revolução sandinista que derrubou o ditador Anastasio Somoza, em 1979, desperta, por um lado, a esperança de melhorias sociais e, por outro, os temores de instabilidade e episódios de violência. O sandinista carrega atrás de si o espectro da guerra e da crise económica quando perdeu o poder, em 1990, para as mãos da direita.

Ortega ressuscitou politicamente com a promessa de acabar com a miséria, após os vários escândalos de corrupção que desgastaram os conservadores e o fracasso dos últimos governos na hora de pôr fim à pobreza, uma realidade para 80 por cento da população da Nicarágua.

O Presidente cubano, Fidel Castro, foi um dos primeiros líderes a dar os parabéns a Ortega, assinalando que "a vitória sandinista alegra o povo cubano" e causa repulsa ao Governo "terrorista e genocida dos Estados Unidos da América".

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