Numa era de conectividade constante e de portabilidade de equipamentos, em que trabalhar a partir de casa - ou de outro lugar fora do escritório - é frequentemente descrito como o futuro para muitas empresas, foi precisamente uma multinacional tecnológica que seguiu pelo caminho contrário: o Yahoo decidiu obrigar os funcionários a trabalharem dentro da empresa.

A nota interna com a nova regra foi divulgada na sexta-feira no site All Things Digital e está assinada pela directora de recursos humanos, que justifica a decisão com a necessidade de mais comunicação.

“Para nos tornarmos no melhor local para trabalhar, a comunicação e a colaboração serão importantes, por isso temos de estar a trabalhar lado a lado”, lê-se na nota. "É por isso que é crucial que estejamos todos nos nossos escritórios. Algumas das melhores decisões e análises vêm de discussões no corredor e na cafetaria, de conhecer novas pessoas e de reuniões improvisadas de equipa. A rapidez e a qualidade são frequentemente sacrificadas quando trabalhamos a partir de casa. Precisamos de ser um Yahoo!, e isso começa por estarmos fisicamente juntos”.

Trata-se de mais uma medida com que a directora executiva Marissa Mayer, que assumiu o cargo em meados do ano passado, pretende inverter o rumo periclitante do portal. Recentemente, o site do Yahoo foi redesenhado e, no que diz respeito a políticas internas, a empresa tinha oferecido, no final do ano passado, um smartphone topo de gama (à escolha de entre vários modelos) a cada funcionário. Mayer tem 37 anos e tinha passado toda a carreira a trabalhar no Google, afamado pelas condições que oferece aos funcionários.

De acordo com o All Things Digital, a medida não foi bem acolhida por alguns funcionários. Sob anonimato, houve quem se queixasse àquela publicação de que a possibilidade de trabalhar remotamente estava combinada com chefias e recursos humanos e que, em alguns casos, fazia parte das regalias do emprego.

A empresa deu até Junho para que os funcionários se passem a apresentar nas instalações. É possível que alguns não estejam em condições de o fazer e tenham de abandonar a empresa, que tem vindo a cortar em pessoal ao longo dos últimos anos.