Web Summit: plataforma mostra se leitores passam dos títulos nas notícias online

Graf.ly é uma das 66 startups portuguesas no Web Summit, em Novembro. Ferramenta será testada na redacção do PÚBLICO.

Foto
A Graf.ly é um dos nomes anunciados em finais de Setembro, no concurso Road 2 Web Summit MIGUEL MANSO

A contabilização de quantas pessoas leram um artigo jornalístico online até ao fim e de quantas não passaram do título é um dos objectivos do projecto Graf.ly, incluído nas 66 startups vencedoras do concurso Road 2 Web Summit.

Com o "passaporte" para um dos maiores eventos mundiais de empreendedorismo, inovação e tecnologia, que decorrerá em Novembro, em Lisboa, o projecto Graf.ly resultou da constatação de que as ferramentas actuais "não resolvem inteiramente o problema de uma redacção", relata Ivo Gomes, da Bright Pixel.

A empresa decidiu avançar para uma plataforma que ajude "as redacções a produzir mais eficientemente e saber como está a ser o desempenho" de conteúdos, decorrendo os testes na redacção do PÚBLICO. Além das tradicionais funções de um processador de texto, nesta plataforma foi incluída uma linha temporal que mostra quais as alterações feitas no artigo e por quem. Depois da publicação do texto, o autor terá acesso ao número de visitas, partilhas e à percentagem de leitores que chegaram ao fim.

"Como é que nós sabemos isso? Sabemos quantas palavras tem um artigo. Conseguimos saber, em média, qual o tempo que uma pessoa normal demoraria a ler o artigo. Sabemos o tempo médio que as pessoas passaram no artigo", explica o responsável pela usabilidade da plataforma, resumindo que "tudo junto e calculado" mostra até onde a maioria das pessoas leu o artigo.

Os jornalistas podem, assim, ajustar a escrita "à medida que os seus conteúdos vão tendo mais ou menos legibilidade" e "saberem que este tipo de escrita puxa mais pelas pessoas lerem até ao fim, enquanto outro, se calhar, as pessoas lêem o que está no topo e depois acabam por perder interesse no artigo".

Esta plataforma também poderá "escolher" os títulos, depois de medir as interacções, por exemplo, de três títulos a diferentes leitores. Ao perceber-se que o "título x gera mais tráfego e retém mais pessoas, o sistema automaticamente vai escolher aquele título como o melhor para o artigo", acrescenta.

Outra funcionalidade é converter do online para o papel, aplicações móveis ou sites, o que implica, por exemplo, encurtar o tamanho dos textos.

De fora ficaram as ideias de introduzir sugestões de correcção de texto e gramaticais, "mas no caso dos jornalistas é complicado, porque têm uma escrita própria e a forma de escrever é a sua assinatura". "E vêem com muitos maus olhos uma máquina a dizer-lhes como devem escrever", argumenta.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários