Vendas de computadores caíram 14% no primeiro trimestre

Crise e crescimento do mercado dos tablets são a explicação para decréscimo de 14% no primeiro trimestre. Especialistas apontam ainda para pouca atractividade do Windows 8.

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Windows 8 não está a conseguir inverter tendência. Toru Hanai/Reuters

Preferimos cada vez mais tablets a computadores e a recessão está a adiar a compra de equipamentos. Pelo menos é o que indicam os números das vendas globais de PC, que caíram 14% no primeiro trimestre deste ano, a nível mundial. É a maior queda desde que a empresa analista IDC começou a seguir a indústria, em 1994.

Nos primeiros três meses de 2013 foram vendidas 76,3 milhões de unidades. Um número que, segundo aquela consultora para as tecnologias de informação, pode ser explicado pela recessão global, que tem levado as empresas a adiar a renovação do seu material informático – que antes era renovado de três em três anos e passou a ser, em média, de cinco em cinco. Mas também porque os dispositivos móveis estão a tomar o lugar dos computadores.

Além disso, explica a IDC, o Windows 8, lançado pela Microsoft numa tentativa de revitalizar a indústria, não está a conseguir cumprir essa função. Parece, pelo contrário, ter “abrandado o mercado”, disse o vice-presidente da IDC, Bob O’Donnell.

A previsão da IDC já era negativa, antecipando uma queda de 7,7% nas vendas, mas o cenário real foi afinal mais negativo para os fabricantes. A tendência de quebra não é nova, sendo este o quarto trimestre consecutivo em que as vendas baixam. Em termos anuais, a quebra já é mais antiga, diz a agência Reuters.

Para poderem incorporar os ecrãs tácteis, por exemplo, esses computadores ficaram mais caros e por isso menos atractivos para o consumidor quando comparados com os outros dispositivos como os <i>tablets</i>.

A HP, que é a maior fabricante de PC a nível mundial, registou uma queda de 24% nas unidades vendidas no primeiro trimestre em relação ao período homólogo. A empresa detém agora uma quota de mercado de 15,7%

Já a chinesa Lenovo, segunda maior neste mercado (15,3% de quota de mercado), ainda não está a ser afectada por esta diminuição da procura de computadores a nível global. Isto porque na China, como noutros países emergentes, muita gente está agora a comprar o seu primeiro computador.

Outros fabricantes como a Dell, Acer e Asustek registaram perdas na ordem dos dois dígitos, acrescenta a Reuters. No mercado americano, a Apple também não evitou um tombo de 7,5%, mantendo nos EUA a aterceira posição no mercado, atrás da HP e da Dell.

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