Venda de tecnologia sobe 11% impulsionada por telemóveis e tablets

O sector da fotografia foi o único que caiu. Televisões abrandaram, depois da aceleração provocada pelo Mundial de Futebol.

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Fnac tem 23 lojas no mercado nacional Tiago Machado

A venda de produtos de electrónica em Portugal cresceu 11% no trimestre passado, com os vendedores a facturarem 617 milhões de euros, dos quais 159 milhões – correspondentes a 26% do total – vieram do sector das telecomunicações, onde se encaixa a venda de telemóveis.

Os dados são da analista de mercado GfK Portugal, que tem vindo a notar uma tendência positiva ao longo de 2014. “A evolução nas vendas dos produtos de tecnologia no terceiro trimestre mantém-se claramente positiva, e a questão que se coloca é se até ao final do ano irá compensar a tendência negativa que se verificou no ano passado”, diz o relatório da empresa. No terceiro trimestre do ano passado o mercado tinha recuado 5%.

Para além do grande peso das telecomunicações, que cresceram 30% face ao mesmo trimestre de 2013, também as tecnologias de informação, onde está a venda de tablets e de computadores, representam uma fatia significativa do total. A comercialização destes aparelhos significou uma facturação de 149 milhões de euros, embora com uma subida em torno dos 7%, muito menos acentuada do que o crescimento dos telemóveis.

Seguindo a tendência dos anos recentes, os tablets são aquilo que a GfK qualifica como “o produto estrela”. A venda deste género de equipamento representa 28% do sector da informática, onde os computadores portáteis totalizam 51% da facturação e conseguiram mesmo um crescimento marginal de 1%.

Fora da informática, a televisão começou a abrandar. “As vendas de televisão tiveram o seu momento forte com o Mundial de Futebol, mas à medida que o tempo passa este efeito dissipa-se”, explica o relatório. Além disto, a quebra é também fruto de novas descidas de preços, “uma novidade face à evolução no ano passado, mas que tem castigado a evolução do mercado em valor [facturado]”.

De todas as áreas observadas pela GfK – o que inclui ainda equipamentos de escritórios e electrodomésticos – a única que teve descida foi a fotografia, onde as máquinas têm sofrido a concorrência das câmaras que a generalidade dos telemóveis incorpora e que satisfazem as necessidades de muitos utilizadores. Neste segmento, a quebra foi acentuada: as vendas caíram 28%, para 14 milhões de euros.

“Actualmente mil fotos não valem a compra de uma câmara digital, pois podemos fazê-lo com o nosso telemóvel”, observa a GfK, notando que, se algumas categorias de câmaras continuam a ganhar quota de mercado ou simplesmente a resistir ao declínio, “a verdade é que esta categoria continua a perder peso na carteira do consumidor”.

Já a venda de grandes electrodomésticos cresceu 8% para os 128 milhões de euros, ao passo que os pequenos electrodomésticos registaram uma evolução positiva de 14%, para 48 milhões. Os equipamentos de escritório, por fim, totalizaram 22 milhões de euros entre Julho e Setembro, mais 2% do que no terceiro trimestre do ano passado.

 

 

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