Tecnologia espacial "desce" à Terra e tem novas aplicações, do golfe às entregas

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ADRIANO MIRANDA

O programa de incubação de empresas que trazem para a Terra tecnologia do espaço já apoia 11 startups, com os novos projectos a aplicarem conhecimento espacial no golfe e em entregas ao domicílio, entre outras ideias.

O Centro de Incubação de Empresas da Agência Espacial Europeia em Portugal, liderado pelo Instituto Pedro Nunes (IPN), em Coimbra, já apoia 11 ideias de negócio que aplicam tecnologia utilizada no espaço, informou o director do Departamento de Valorização do Conhecimento e Inovação do IPN, Carlos Cerqueira, que falava no final da cerimónia de comemoração de dois anos do programa.

O programa ajudou a criar cinco novas empresas e há outra "prestes a entrar", havendo o objectivo de apoiar 30 startups até 2020, informou.

A BlueCover vai criar uma bracelete "para golfistas, que mede o swing" de modo a que o atleta consiga "melhorar a forma como pratica a modalidade", a Connect Robotics trabalha na utilização de drones para entregas "na última milha para pessoas que vivem em zonas remotas" e a Findster desenvolve uma pulseira para monitorização de crianças e animais domésticos, referiu.

Nas novas empresas, há também um projecto que quer aliar o tempo de espera em aeroportos, com a possibilidade de network com possíveis investidores ou clientes (Waterdog) e uma sonda "mais simples e automatizada" para ser utilizada em ambientes aquáticos (Matereo).

O objectivo do programa em Portugal é apoiar seis empresas por ano, que "recebem apoio para criar o seu primeiro protótipo", explicou Carlos Cerqueira, sublinhando que os 50 mil euros de ajuda financeira que cada projeto recebe tem como objectivo "acelerar" a entrada dos produtos ou serviços no mercado.

Das empresas criadas no primeiro ano, já há algumas que "estão a realizar vendas no mercado e com validação" por parte de clientes, não se podendo ainda falar "de grandes volumes de negócios", frisou.

O Centro de Incubação de Empresas da Agência Espacial Europeia em Portugal prevê apoiar 30 empresas, perspectivando-se que estas consigam gerar 240 postos de trabalho e angariar capital superior a 6,5 milhões de euros.

Nas seis empresas que iniciaram a incubação no primeiro ano, há ideias de aplicação do aerogel usado em satélites em "situações de temperaturas elevadas" na terra, como é o caso dos oleodutos, utilização de dados de satélite em drones (aviões não tripulados) para recolha de indicadores mais eficientes para a agricultura ou a utilização da tecnologia dos sensores termoeléctricos de nanossatélites para a criação de energia com o movimento.

Para além do apoio financeiro, os três centros envolvidos - IPN, Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto e DNA Cascais - prestam durante dois anos o serviço de incubação e apoio técnico na criação de um modelo de negócio a cada empresa.

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