Sony revê em alta prejuízo anual para 1,65 mil milhões de euros

Empresa japonesa não conseguiu impor-se no mercado dos dispositivos móveis como esperava.

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O presidente-executivo da empresa assume a responsabilidade de no próximo ano colocar a Sony no bom caminho financeiro Yoshikazu TSUNO/AFP

A japonesa Sony admitiu esta quarta-feira que o prejuízo anual da empresa será cinco vezes maior que o previsto há quatro meses, 50 mil milhões de ienes (360 milhões de euros). Depois de ter apresentado oficialmente novos smartphones horas antes do evento da Apple, no passado dia 9, numa tentativa de reforçar a sua posição no mercado, o presidente executivo da Sony confirmou que a empresa espera ter perdas este ano no valor de 230 biliões de ienes (mais de 1,65 mil milhões de euros).

A Sony não tem desistido de se reafirmar no mercado dos dispositivos móveis e na semana passada anunciou dois smartphones Xperia Z3, o Xperia Z3 Tablet Compact, o SmartBand Talk e o SmartWatch. Apesar dos novos produtos, a empresa parece não ter conseguido evitar o que muitos analistas já esperavam: a Sony não conseguirá impor-se entre os maiores fabricantes de smartphones, numa lista liderada pela Apple e a Samsung e onde a estreante chinesa Xiaomi está a ganhar terreno.

O presidente-executivo Kazuo Hirai afirmou, citado pelas agências noticiosas, que os dispositivos móveis vão manter-se entre as três principais categorias de produtos da Sony disponíveis no mercado, apesar das estimativas de venda destes aparelhos ser baixa.  

Hirai falha assim a promessa feita quando assumiu o comando da empresa, em 2012, de reforçar a marca Sony, em processo de restruturação nos últimos anos, através de novos produtos móveis, de jogo e imagem. "Vou estar no centro para certificar que a reestruturação será concluída este ano e que vai haver lucro no ano seguinte. A recuperação é da minha responsabilidade", sublinhou Hirai. "Esta é a primeira vez que não pagámos um dividendo e sentimos fortemente essa responsabilidade de gestão", continuou. Esta será a primeira vez desde que a empresa ficou listada na bolsa em 1958.

Segundo o responsável, a Sony vai concentrar-se em “identificar os riscos do mercado e enfatizar a rentabilidade”. A empresa tem também previsto um novo corte de pessoal até ao fim deste ano fiscal, despedindo entre mil e sete mil dos seus funcionários nas unidades de produtos móveis. Já este ano, a Sony tentou reduzir os seus custos através da venda da divisão de computadores, comercializados sob a marca Vaio.

De todos os departamentos de produtos da empresa, o que se mantém rentável é o de produtos para videojogos. Em Junho, a marca tornou-se, pela primeira vez em oito anos, líder mundial, destronando a Nintendo devido ao êxito da consola PlayStation 4 (PS4). Também com bons resultados está a área de imagem, com a Sony a beneficiar do crescente pedido de sensores para ser integrados em smartphones de outras marcas, como a Apple, por exemplo.

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