Sim, é proibido, mas no Irão também se caçam Pokemons

O país foi dos primeiros a proibir o jogo para smartphone.

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Nelson Garrido/Arquivo

O Irão foi um dos primeiros países a banir o pedido da empresa detentora do jogo para smartphones do Pokemon Go, mas como muitos outros jogos ou redes sociais na Internet, os mais jovens conseguem contornar a proibição e jogam com tanto afinco como os outros fãs espalhados pelo mundo.

Nos caminhos floridos de Mellat, um parque no norte de Teerão, um adolescente, olhando para o ecrã, pára, de repente, à frente de uma família sentada num banco do jardim. O homem, a mulher e a filha interrompem a conversa e olham para o rapaz que, compenetrado, aponta o telemóvel, faz um gesto e continua a sua jornada, ignorando quem o observa. Está a jogar Pokemon Go.

O abc do Pokemon Go

O jogo é um fenómeno global desde o início de Julho, pouco depois do seu lançamento. Na altura, o Conselho Superior do Ciberespaço, um órgão do governo iraniano decidiu pela sua proibição, uma vez que o jogo pode pôr em risco a segurança nacional, já que permite a geolocalização de quem o joga, argumenta. "Porque é um jogo que mistura o mundo virtual e o real, pode causar muitos problemas no país e às pessoas em termos de segurança", avalia Alireza Al-Davoud, analista da agência governamental, acrescentando que este jogo pode servir para os Estados Unidos espiarem o Irão.

No entanto, esta proibição não impediu que o jogo chegasse à mão dos interessados em caçar criaturas virtuais, usando o seu telemóvel. Basta usar uma VPN, uma rede privada que permite contornar os filtros impostos pelo Governo. Aliás, existem cartões VPN que são vendidos em lojas de informática e que podem proporcionar não só o acesso ao jogo, mas também às redes sociais que são proibidas como o Facebook, o Youtube e outras.

O único senão, para quem joga Pokémon Go, é que não existem muitos "ginásios", devido às limitações impostas. Por isso, o parque Mellat, que tem dois ginásios, atraiu recentemente cerca de três dezenas de adolescentes, na mesma altura. E muitos vieram de longe, como um que viajou desde Karaj, uma cidade a 30 quilómetros de Teerão.

 

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