Sector de tecnologias de informação cresceu ao fim de cinco anos

Internacionalização e adopção da cloud vão impulsionar o mercado.

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Uma demonstração de uso de cloud em telemóveis Reuters

O ano de 2014 foi de inversão de tendência no mercado português de tecnologias de informação. Segundo contas da empresa de análises IDC, a facturação do sector teve uma subida de 1,3% no ano passado. O desempenho positivo pôs fim a cinco anos de quebras, motivadas por uma conjuntura económica desfavorável, que colocou constrangimentos às despesas de consumidores e de empresas.

Para este ano, a IDC antecipa um abrandar do ritmo, com as previsões para o crescimento do sector a situarem-se em 0,9%, o que significará um total de 3460 milhões de euros. Mas, a partir do próximo ano, o mercado deverá voltar a acelerar: 1,7% em 2016, 1,9% em 2017, e 2,2%, em 2018.

A subida, diz a IDC, deve-se a uma melhoria da situação económica, bem como ao investimento em áreas como as tecnologias de mobilidade e sociais, os serviços na cloud (em que empresas e pessoas usam informação e aplicações através da Internet), e ainda aquilo a que a gíria do sector chama big data – uma expressão genérica para designar os grandes volumes de dados que as empresas hoje armazenam, quer como parte dos serviços que prestam, quer para análise dos seus próprios processos e negócios.

Os mercados ligados àquele vasto conjunto de tecnologias já são, em termos globais, “quase 25% do total do mercado das tecnologias de informação e comunicação e praticamente 100% do seu crescimento”, observa o relatório da IDC, que é feito a partir de inquéritos e da análise da actividade de empresas e organismos da administração pública.

Uma das tendências para Portugal é o amadurecimento do uso das tecnologias de cloud. “Após uma primeira fase de adopção de serviços de cloud computing, caracterizada pela implementação de projectos ad hoc, as organizações nacionais começam a equacionar a implementação sistemática destes serviços”, refere o documento, acrescentando que “a procura de serviços de cloud computing vai continuar a crescer no território nacional”.

Em Portugal, 13% das empresas com dez ou mais pessoas recorre a este género de serviços, com o email a ser, de longe, a tecnologia mais usada, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas. Este grau de adopção fica aquém da média da União Europeia, que é de 19%.

Por outro lado, “um dos principais factores de crescimento” ao longo deste ano será a aposta em mercados internacionais, que foi motivada pela recessão económica e é uma estratégia que agora será mantida. “Ultrapassado o ambiente recessivo, a maioria das empresas continua a privilegiar a adopção e/ou consolidação das suas estratégias de internacionalização. Esta realidade tem vindo a influenciar positivamente o comportamento da despesa em tecnologias de informação”, diz a IDC.

Outra das áreas em que a despesa das empresas deverá subir é a da segurança informática, que nos últimos anos foi alvo de cortes orçamentais em algumas organizações, e que “vai regressar à agenda dos decisores nacionais”, embora “apenas em finais de 2015”.

Segundo a IDC, “a generalidade das organizações nacionais já enfrentaram incidentes de segurança nos últimos anos, alguns deles com alguma gravidade. No entanto, e apesar deste cenário, a segurança da informação não é uma prioridade.” Porém, “a inversão do ciclo económico vai alterar esta realidade”. Ajustando-se a um novo modelo de funcionamento, as empresas estarão menos preocupadas com a segurança dos equipamentos e mais atentas à segurança dos dados.

A excepção à subida generalizada no sector acontecerá nas telecomunicações, para as quais a IDC antecipa uma quebra de 2,8% este ano.

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