Reguladores não se opuseram às respostas da Google

Alguns dos maiores publishers europeus argumentaram que a Google é demasiado dominante e que estamos a favorecer os nossos próprios produtos nos nossos resultados de pesquisa.

Nas últimas semanas, alguns dos maiores publishers europeus argumentaram que a Google é demasiado dominante e que estamos a favorecer os nossos próprios produtos – como o Google Maps, YouTube e o Google Shopping – nos nossos resultados de pesquisa. Dada a natureza grave destas alegações, quero garantir que as pessoas estão na posse dos factos, de modo a que possam elas próprias julgar o caso por si próprias.

Apesar de, felizmente, termos muito sucesso na Europa, o Google não é “a porta de entrada para a Internet” como os publishers sugerem. Pense como as pessoas usam hoje a Internet.

Para obter notícias, é provável que vá directamente ao seu website de notícias. É por isso que jornais como o Bild, Le Monde e o Financial Times obtêm directamente a maioria do seu tráfego online (menos de 15% provém do Google). Ou então talvez siga no Twitter o que outras pessoas estão a ler. Para reservar um voo ou comprar uma câmara para as próximas férias, é tão provável que vá a um site como o Expedia ou a Amazon como ao Google. No caso de estar à procura de críticas e comentários a restaurantes ou serviços locais é provável que vá ao Yelp ou ao TripAdvisor. E se estiver a utilizar um smartphone – algo que as pessoas usam cada vez mais – irá directamente a uma aplicação dedicada para ver os resultados desportivos, para partilhar as suas fotografias ou para procurar sugestões ou recomendações. A aplicação mais descarregada na Europa não é o Google, é o Facebook Messenger.      

Também não é verdade dizer-se que estamos a promover os nossos próprios produtos à custa da concorrência. Mostramos no topo os resultados que respondem directamente às perguntas dos utilizadores (no fim de contas, nós construímos o Google para os utilizadores, não para websites). Deixem-me dar-vos alguns exemplos práticos e reais.

Pergunte o tempo e nós disponibilizamos no topo o tempo do local. Isto significa que os websites de meteorologia estão numa posição inferior e recebem menos tráfego. Mas porque é bom para os utilizadores, achamos que está bem. Acontece o mesmo, caso queira comprar alguma coisa (quer sejam sapatos ou seguros). Nós procuramos mostrar-lhe diferentes ofertas e websites onde poderá realmente comprar as coisas – não ligações para motores de pesquisa especializados (com classificação mais baixa) onde terá de repetir a pesquisa. Caso esteja à procura da farmácia mais próxima, obterá o mapa da Google com os locais mais próximos e informação de como chegar lá. Mais uma vez, achamos que isto é um excelente resultado para os utilizadores.

Em cada um dos casos, estamos a tentar disponibilizar-lhe respostas directas às suas questões porque é mais rápido e menos aborrecido do que as dez ligações azuis que a Google mostrava. Isto é particularmente importante nos dispositivos móveis onde os ecrãs são mais pequenos e onde é mais difícil escrever. Muitos serviços de pesquisa especializada não gostaram destas melhorias porque elas significam menos tráfego para eles. Mas tal como o comissário europeu Almunia disse: “Impor uma igualdade estrita de tratamento... pode significar o regresso ao velho mundo do Google disponibilizando apenas dezresultados de pesquisa indiferenciados – as intituladas dez ligações azuis. Isto privaria os utilizadores europeus das inovações de pesquisa que a Google introduziu.” 

Estamos de acordo. De facto, estas alegações que estão a ser feitas por publishers foram aprofundadamente investigadas pelos reguladores na Europa e na América ao longo de mais de sete anos. Até ao momento, nenhum regulador apresentou objecções ao Google por proporcionar respostas directas às perguntas das pessoas pelo simples motivo de isto ser melhor para os utilizadores.

Por fim, diz-se que o sucesso da Google reduz os incentivos aos nossos rivais à inovação e ao investimento, o que é mau para os consumidores. Porém, tal como o Financial Times revelou recentemente, as empresas de media europeias – incluindo algumas das que estão por trás dos anúncios de hoje – estão a investir maciçamente em motores de pesquisa especializados. Tal como a Axel Springer explicava no anúncio dos investimentos mais recentes: “Existe imensa inovação no mercado da pesquisa.” Os economistas irão dizer-lhe que a inovação é um sinal típico de um mercado saudável e competitivo.

Presidente executivo da Google

Sugerir correcção
Ler 1 comentários