Quartos de hotel de luxo têm interruptor que mata a Internet

Basta accionar um botão e o quarto deixa de receber sinais wireless, isolando o hóspede do mundo online.

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Miguel Madeira

Perto das camas de Villa Stéphanie, localizada num hotel spa em Baden-Baden, Alemanha, há um botão prateado que veda os quartos a qualquer acesso à Internet. Para quem quiser relaxar e ficar sem ligação ao mundo, pelo menos via web, só tem que accionar o interruptor. De sublinhar que se trata de um hotel de luxo e que, como tal, só quem possa despender de 1115 euros por noite pode ter acesso a este extra.

“É como o interruptor de luz”, descreve o director-executivo do Oetker Collection, grupo proprietário de Villa Stéphanie, ao Financial Times. Ao ligá-lo, é activada uma rede de cobre inserida das paredes que bloqueia os sinais wireless de Internet.

Frank Marrenbach indicou ao jornal que, até agora, perto de metade dos hóspedes que ali estiveram instalados optaram por se desligar do mundo online, em algum momento da sua estadia. “Não interessa o que a pessoa do quarto do lado faz, se desligar o botão não vai ter nenhuma recepção de sinal”, garantiu o responsável, que acredita que dentro de cinco anos este tipo de tecnologia estará disponível na maioria de imóveis de luxo.

Argumentando que muitos dos hóspedes de Villa Stéphanie não se desligam da Internet há anos, Frank Marrenbach considera que estar constantemente a ver as mensagens recebidas no smartphone ou tablet “não é um sinal de inteligência”. “Isso não é ser inteligente, é estúpido. Inteligente é dedicar tempo a isso quando é tempo de o fazer. Inteligente é ler coisas de uma forma profunda”, rematou ao Financial Times.

Se por um lado há hotéis que oferecem aos seus hóspedes serviços de relaxamento através de spa ou podcasts, Villa Stéphanie decidiu ir aos extremos, mas, segundo Chris Baréz-Brown, autor de livros sobre o equilíbrio entre o trabalho e o descanso, é necessário ter alternativas para os que não conseguem controlar o impulso de estar constantemente a olhar para os ecrãs dos seus aparelhos. “Não somos muito bons a gerir o nosso comportamento”, disse ao jornal. “Basta olhar para a forma como se consome álcool, tabaco, refrigerantes, televisão ou videojogos”.

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